Presença de equipamentos a gás nas feiras de design mostra interesse dos arquitetos e colabora para a criação de uma cultura do gás
Há oito anos, quando a Comgás decidiu apoiar a Casa Cor São Paulo, foi necessário muito esforço para convencer os arquitetos e decoradores do potencial do gás natural como elemento de conforto, elegância e utilidade na decoração das residências modernas. Entre os mais de 100 ambientes daquela edição, foram instaladas apenas duas lareiras a gás e uma tocha externa. O tempo passou e o gás se consolidou no aquecimento de ambientes, substituindo tanto a lenha das lareiras tradicionais como os aquecedores elétricos. “Os arquitetos e paisagistas se encantaram com o gás”, afirma a gerente de comunicação da distribuidora, Bruna Milet. Na edição deste ano, dos 69 ambientes criados, 18 contam com aplicações a gás. “Isso confirma que o gás só não é tão usado por desconhecimento”. A cena se repete em outros eventos de decoração, como a Campinas Decor. Além disso, os equipamentos de aquecimento domésticos a gás têm sido destaque nas principais revistas de decoração.
Em paralelo às mostras, esses aparelhos começam a chegar às residências. “Os clientes vêem nas revistas e começam a pedir. Os arquitetos vêem nos eventos e percebem que essa é a tendência. Daí o mercado se desenvolve”, avalia Bruna. A situação é bem diferente da verificada há alguns anos, quando decidiu reformar seu apartamento. Na ocasião, ela própria teve de municiar seu arquiteto com as informações para que pudesse contar com uma lareira a gás.
“Os clientes adoram e muitos deles têm interesse em colocar esses equipamentos em suas casas”, confirma a arquiteta Karina Afonso. Em seu projeto na Casa Cor 2008, incluiu uma lareira a gás. “Para poder desfrutar da vista privilegiada, criamos uma área externa com uma lareira para aquecer nos dias frios de inverno. Com a facilidade na instalação e manutenção do sistema, ela se tornou um produto fácil de ser usado, além de ser super charmosa”, diz.
Já o escritório de arquitetura Barbara & Purchio optou por aproveitar o aquecimento de água central nas aplicações da lavanderia da Casa. “O aquecimento central de água a gás é muito mais seguro e econômico”, afirma Cristina Barbara, sócia do escritório. “Isso permite unir o agradável e o útil na decoração”.
Para o coordenador da Cátedra do Gás, Murilo Fagá, os arquitetos têm um trabalho muito importante para estimular o uso de aplicações a gás. “Eles trabalham como vanguarda na criação de novos paradigmas junto aos consumidores, projetistas, instaladores e construtoras, promovendo o uso do gás natural com racionalidade e eficiência”, elogia o pesquisador, que também é professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo.
Ele lembra que, embora sejam poucos usados ao longo do ano devido ao clima brasileiro e fiquem restritos a residências de alto padrão, equipamentos como lareiras a gás e pisos radiantes facilitam a difusão do combustível de uma maneira geral. “O conhecimento entre os agentes da construção civil reduz eventuais resistências e facilita a introdução do gás em usos mais comuns, como a cocção e o aquecimento de água”, lembra Fagá. (junho de 2008)

Veja alguns equipamentos que estão disponíveis no mercado:
– Lareiras: há grande diversidade de modelos, das clássicas às mais arrojadas. Os equipamentos podem ter controladores de oxigênio e até controle remoto. A manutenção e a limpeza são simples.
– Piso radiante: funciona a partir de um circuito de tubos de polietileno embutido no piso da residência e de um sistema de regulagem térmica que permite controlar a temperatura do ambiente com a circulação de água quente. A superfície distribui o calor por toda a residência.
– Radiador: aquecimento do ambiente a partir da circulação de água quente. A água quente usada nesse sistema, bem como no caso do piso radiante, pode ser obtida no mesmo aquecedor que fornece água quente para banho e outras aplicações.
– Tochas: queimadores pontuais, que servem para a iluminação e aquecimento do ambiente. São usadas em projetos de paisagismo.
– Secadora de roupas a gás: além de permitir economia de eletricidade, não encolhe os tecidos nem provoca eletricidade estática nas roupas, facilitando o ato de passar.
– Lavadora de roupas: pode utilizar água aquecida separadamente em aquecedor a gás, aumentando seu poder de limpeza e economizando energia elétrica.
– Toalheiro: a circulação de água aquecida no interior dos cabides mantém aquecidas as toalhas.